Caráter - A constituição do caráter. (Parte II)
A totalidade do nosso ser é chamada de personalidade. Nossa personalidade é composta de caráter e temperamento.
O temperamento é herdado, já nascemos com ele. Aponta para as nossas disposições naturais, gostos e preferências.
O caráter é aprendido. Ele é o resultado de nossos hábitos, costumes, opiniões e idéias.
Apesar de valorizarmos muito o temperamento de alguém, é o caráter que realmente conta. Não há muito que podemos fazer com o nosso temperamento, mas o nosso caráter pode ser mudado.
Caráter e Unção
Há duas linhas na Bíblia. Uma diz respeito à unção e a outra ao caráter. A unção é para manifestarmos a vida de Cristo diante do mundo. Tem a ver com a vida e poder. O caráter tem a ver com nosso comportamento e é para expressá-lo diante das pessoas.
As duas coisas devem caminhar juntas. Não podemos ter muita unção e nenhum caráter e também de nada adianta muito caráter sem unção.
O caráter sem unção não tem nenhum valor e a unção sem caráter é inútil.
Que tipo de obra desejamos fazer? Uma obra de peso ou uma obra superficial? No serviço do Senhor precisamos do conhecimento do Senhor e também de um caráter que sustente o Senhor.
Nossa utilidade nas mãos de Deus depende de nosso caráter. Sem unção não podemos ministrar coisa alguma, mas sem o caráter adequado a unção fica limitada e não tem como fluir.
A unção é o material e o caráter é a técnica. Sem madeira o marceneiro não pode fazer nada, mas ter apenas a madeira não garante resultado, é preciso ainda a habilidade e a técnica. A madeira é a unção e a habilidade é o caráter.
Evidentemente a unção é mais importante que o caráter, pois a unção pode mudar o nosso caráter e até substitui-lo, mas o caráter jamais acrescenta unção e nem pode substitui-la. Até mesmo um incrédulo pode ter caráter, mas apenas os filhos de Deus possuem a unção.
Os dois modos de ser usado pelo SENHOR.
Já aprendemos que a nossa vida natural é imprestável para Deus. Deus quer fazer a obra, mas ele não usa nossa força natural para isso. A nossa vida natural é apenas a sarça onde o seu fogo brilha.
Entretanto toda verdade espiritual possui dois lados. Nossa utilidade para Deus possui dois lados. Por um lado nossa força natural precisa ser quebrantada e precisamos ver que tudo o que há em nós precisa ir para a cruz. Por outro lado, para que possamos ser úteis, precisamos ser fortes.
É o caso da sarça. O fogo queimava sem usa-la como combustível. Isso é o aspecto da cruz e do quebrantamento. Por outro lado para o fogo brilhar ele ainda precisa da sarça. Isso nos fala do caráter. O sarça não alimentava o fogo, mas o sustentava. O nosso caráter não alimenta o fogo, mas sustenta o Senhor.
O microfone não acrescenta nada à mensagem, mas se ele não funciona minha voz não é sustentada. O púlpito não acrescenta nada à minha Bíblia, mas Bíblia precisa de um púlpito para sustenta-la.
O problema é o desequilíbrio de alguns crentes que dizem: eu não tenho que fazer coisa alguma. Sou apenas uma sarça e o fogo de Deus não precisa de mim. Precisamos lembrar que nem toda sarça é útil para Deus. Nós somos responsáveis diante de Deus pelo nosso caráter.
Existem instrumentos úteis e outros inúteis. Suponha que você queira carregar água. Há bacias furadas que não retêm a água, há outras muito rasas e ainda outras sem borda. Todas são bacias, mas nem todas são úteis.
Quando servimos comida às pessoas não esperamos que elas comam os talheres, mas sem o talheres não há desfrute da comida. A unção é a comida, mas o caráter é o talher.
Deixe sue comentário, e reflita.
Continua na próxima semana...
Pastor, Salvador Francisco
Igreja Cristã da Família-Penha